Vivemos hoje um momento de extensas e profundas inovações em todas as áreas, e a medicina, pelas suas múltiplas interações, está em uma área central desse processo, em grande parte disruptivo.
Como se preparar para exercer a medicina nesse novo mundo do conhecimento, preservando a ética e o humanismo como pontos focais no atendimento ao homem, em todas as suas necessidades, já que ele é o destinatário final de todo esse amplo processo?
Os desafios são enormes. Os conhecimentos se multiplicam em todos os ramos da medicina. A busca de uma visão holística que permita a síntese das ações mais adequadas à terapia a ser adotada para cada paciente exigirá, inevitavelmente, um modelo que passa da inteligência artificial à engenharia genética, consolidando num elevado grau de sofisticação os conhecimentos disponíveis que serão necessários para as diversas patologias, vários deles em áreas ainda praticamente inexploradas, de elevado potencial.
Vários autores dizem que a prática médica é um misto de arte e ciência e, diferentemente do que se pode supor, uma inserção intensa e abrangente dos desenvolvimentos tecnológicos levará a uma personalização nunca antes vista da Medicina, mas também a uma humanização crescente do papel dos profissionais de saúde.
Qual será o papel do médico nesse novo contexto? Deixará, certamente, de ser tão relevante no diagnóstico, mas será da maior importância no desenvolvimento de tecnologias e procedimentos de saúde e no acompanhamento dos pacientes para o suporte aos tratamentos das doenças, tanto no plano terapêutico, como no atendimento físico e emocional.
O médico forma-se por vocação, motivado pelo intenso desejo de exercer um papel relevante no atendimento ao ser humano, provendo soluções para minorar suas carências físicas e emocionais.
Hipócrates, há mais de 2500 anos, já fazia seus primeiros experimentos em medicina. Dele juramento simbólico até hoje perdura e diz que “a vida do médico será para benefício dos doentes, nunca para prejuízo deles ou com malévolos propósitos”. A ética médica, naquele momento definida como o pilar da nobre profissão, precisa ser revigorada com a correta consideração do novo mundo que nos espera.
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