O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é considerado atualmente a terceira doença cardiovascular com uma incidência anual estimada de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes. É potencialmente fatal nas primeiras horas da ocorrência do evento agudo, e associado à alta mortalidade se não diagnosticado e tratado adequadamente. Aproximadamente metade dos óbitos decorrentes de TEP agudo ocorre em pacientes que não evoluíram para óbito imediato pela sua doença de base. Em pacientes que sobreviveram ao evento agudo e foram tratados por, pelo menos, três meses, a recorrência de TEP fatal é rara durante e após a anticoagulação. Em pacientes com TVP, aproximadamente 50% apresentam TEP assintomático na tomografia computadorizada (TC) de tórax. Além disso, estima-se, também, que aproximadamente 70% dos pacientes com TEP apresentam TVP, se investigados. Clinicamente o tromboembolismo venoso (TEV) agudo se expressa como TEP em um terço dos pacientes e, como TVP, em dois terços deles.
O diagnóstico do TEP deve se iniciar ainda na emergência. Uma correta anamnese e exame físico acurado indicam o possível diagnóstico em grande parte dos casos. Devemos perguntar sobre as características dos sintomas além de dados específicos da anamnese como história de viagem recente.
- Sinais e sintomas: dispnéia, dor torácica tipo pleurítica, tosse, febre, taquipnéia, estertores, taquicardia, hemoptise, sibilância, dor e/ou edema unilateral do membro inferior. São indícios de TEP de alto risco (maciço) a síncope, hipotensão arterial, choque, cianose, insuficiência respiratória aguda, acidose metabólica, ingurgitamento de veias do pescoço e parada cardiorrespiratória.
- Fatores de risco: idade maior do que quarenta anos, imobilização prolongada, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva associada, TEP prévio, trombose venosa profunda, história de viagem prolongada, obesidade, tabagismo, uso de anticoncepcionais hormonais, doença oncológica em atividade, fratura recente principalmente pelve, fêmur ou tíbia, gravidez recente ou em curso, história de doença intestinal inflamatória, presença de trombofilias e hipertensão arterial.
- Escore de probabilidade clínica: relaciona a probabilidade clínica do paciente ter TEP através da pontuação dos fatores de risco envolvidos:
O tratamento da TEP deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico e deve levar em consideração a estabilidade hemodinâmica e a presença de disfunção de VD. Critérios de mal prognóstico, como bem definidos pelos critérios de PESI também devem ser considerados ao se definir a intensidade do tratamento (grau III e IV associados a alta mortalidade).
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